O ano de 2013 nos deu discos novos de Daft Punk, Arctic Monkeys e Queens of the Stone Age. 2014 não nos deu nenhum lançamento interessante nesse segmento “arrasa-quarteirão do pop rock”. Quer dizer, falando por mim não fiquei nem um pouco envolvido ou comovido com os discos novos de Foo Fighters, Green Day ou Weezer. O Pink Floyd voltou da aposentadoria com um suposto último disco, o “The Endless River”, só como uma homenagem pra lá de tardia a Rick Wright. E o novo do U2, “Songs of Innocence”, esteve mais para mico do ano, com lançamento digital via iTunes como “gratuidade” para quem baixasse o novo iOS. Mas o terceiro disco de uma banda americana brilhou com todos os méritos pelas listas de melhores do ano por aí… e por aqui no blog também.
“Lost in the Dream”, o tal disco do War on Drugs, a tal banda americana, é um apanhado de timbres que vão te chamar para algum lugar agradável e inesperado do seu inconsciente. Tem algum oitentismo nos arranjos, mas está longe de parecer um revival clichê dessa década. Tira alguns elementos de Dire Straits e Simple Minds e os reergue com certa sofisticação contemporânea.
Em um ano sem superlançamentos, esse discreto disquinho me ganhou para o posto de disco do ano. Outros nomes de mais tradição lançaram bons discos ao longo do ano, como Beck, Bruce Springsteen, Damon Albarn, Prince, Jack White, Black Keys e Thom Yorke, mas nenhum deles, a meu ver, figuram entre seus melhores trabalhos.
Daí o balanço de 2014 acabou nos dando um ano qualitativamente mais indie que mainstream, pois outros discos ótimos vieram de Mac DeMarco e Todd Terje; o primeiro lançou seu quarto disco, “Salad Days”, e o DJ norueguês estreou com o surpreendente “It’s Album Time”. Outros destaques que posso puxar de cabeça foram Sharon van Etten, Metronomy, Caribou, Alvvays, Chromeo, Tinariwen, Temples, Horrors, St. Vincent, Preatures e Wild Beasts. Mas ainda vou ver esse ranking com calma.
